28 de novembro de 2018

O Guia do Mochileiro das Galáxias - Douglas Adams (O Guia do Mochileiro das Galáxias #1)

Imagine:
Anos 70.
All along the watchtower tocando ao fundo
Muitos a chamam de a era de ouro da ficção científica.
Star Trek nas televisões, Star Wars no cinema. Grandes ícones, mas não os únicos. Doctor Who em sua época mais famosa, Battlestar Galactica, milhares de livros, séries, quadrinhos!

Caso queira saber quem são, clica aqui

A humanidade vislumbrava um futuro incrível, a humanidade no espaço! Ideais maravilhosos aplicados à sociedade, à vida, aos alienígenas! Ainda não havíamos entrado no horror galáctico, Alien ainda tinha bons anos antes de sair do papel. A humanidade se via dominando o espaço, da mesma forma que o imperialismo dominou o mundo!
Uma visão globalista, universalista!
Mas um homem mudou isso.
Douglas Adams.

Sim. Esse senhor.

As primeiras linhas desse livro quebram anos de tradição na ficção científica.
A humanidade não era algo belo, incrível e maravilhoso.
Não.
Em suas palavras, vivemos "nos confins inexplorados da região mais brega da Borda Ocidental desta Galáxia."


Sim.
Nós. 
Os rednecks do universo. 

Imagine que você está acostumado a ver Capitão Kirk seduzindo e salvando alienígenas. Luke Skywalker como um destemido rebelde lutando pela liberdade. 
E então você é apresentado como... um redneck. Um povo brega, mesquinho, infeliz e desesperado atrás de dinheiro. 
Pois é. É assim que se abre esse livro.
O primeiro de uma trilogia de cinco livros. 
Sim. É complicado. 
Somos apresentados a uma garota, uma mulher que irá reescrever o mundo, talvez o universo!
Mas ela não é nossa heroína.
Não.
Mas mantenha ela na memória...

A história é sobre um bando de aliens e um inglês mediano e medíocre...
Em seguida, somos colocados no nossos lugar, com uma explicação do livro mais vendido e conhecido do universo: O Guia Do Mochileiro das Galáxias.
Sim, veja o vídeo. 
É uma das poucas maneiras aceitáveis de se apresentar a capa desse livro.




Não só isso, uma enxurrada de outras informações, para nós desconhecidas, é apresentada. Mostrando o quanto não sabemos. O quanto estamos.... Bem...
Fora de moda.

Você é capaz de imaginar o quão bizarro, estranho e, até mesmo, alienígena esse conceito é para a época?
E quantas pessoas gostaram disso?
Pois é.
Você começa a entender o porquê essa série é tão famosa e amada ao redor do mundo...

Ah sim, e não esqueçamos o número enorme de frases e citações que se pode tirar de qualquer um dos cinco livros da trilogia.
(Não, não são seis. Jamais vou aceitar aquilo como parte disso... mas chegaremos lá. Aproveitando, ignore que essa trilogia tem cinco livros.)

Bem, a realidade é que nem sei por onde começar.
Falar do plot do livro? Dos personagens maravilhosos? Das explicações dadas pelo Guia?
Sobre Não Entre em Pânico?
A tarefa é bem complicada.


Uma boa ideia é falar como Arthur Dent, o nosso relutante (bem relutante) protagonista.
Arthur contradiz a jornada do herói.
Pra quem não conhece, uma breve explicação.
Atenção: cuidado para spoilers de praticamente tudo que você já assistiu, leu ou mesmo coisas que você pretende ler ou assistir.

Aham.
A jornada do herói: partida > iniciação > retorno.
Como assim? Bem, segundo os ideais de Campbell, (e não estamos falando de sopa aqui), a jornada se divide em etapas.
Mundo comum, onde é apresentado o herói no seu mundo comum. Chamado para aventura, onde algo acontece que faz o herói ir para a aventura. A recusa ao chamado, onde algo o impede de ir. Encontro com o mentor, onde um mentor o encaminha a viagem, ou um objeto, ou um amigo. Passagem pelo 1° portal, onde ele finalmente sai de seu mundo comum. Provações e Aliados, onde o herói passa por aventuras, iniciações, conquista aliados. Aproximação é a vitória sobre as provações iniciais. Crise, onde ocorre um ponto crítico que pode acabar com a jornada. Recompensa, onde se colhe os benefícios da crise. Ressurreição, onde o herói se apodera dos benefícios, ganhando poderes. Regresso, onde o herói retorna a seu ponto de origem, com suas experiências, ou estabelece um novo mundo comum.
Você deve ter reconhecido uma série de livros, histórias e filmes.
E não está enganado.

Arthur é arrancado de seu mundo comum, a contragosto, e não tem um mentor. Ford mais se preocupa com sua toalha do que com a integridade emocional de Dent. Sua passagem pelo portal o arremessa de novo e de novo, sem parar, no mais puro caos. Ele não enfrenta suas provações, geralmente elas se resolvem sem ele. Ele não ganha exatamente aliados, seus companheiros de viagem não são o que se chamaria de aliados. Sua crise, não é resolvida, mas sim cresce a cada momento, a cada aventura, sem nenhuma resolução. Não há recompensa alguma para Dent. Até existe uma ressurreição, mas ele não ganha absolutamente nada. E seu regresso, bem, não é exatamente agradável… apesar dele estabelecer um novo mundo comum.

Ok. Chega de estragar sua vida mostrando como o grosso das histórias segue esse mesmo padrão. (Pst, pst: Star Wars, Harry Potter, Um tira da pesada... sim, a lista é enorme.)
Vamos falar dos personagens.


Pois Martin Freeman é meu Watson.

Arthur Dent.
Inglês. Gosta de chá. Só queria ter sua vida calma e pacata de volta. Como já dito, arrastado pelo universo gritando e reclamando, totalmente a contragosto.
Um pouco apático, em constante estado de choque, pânico e horror cósmico.
E odeia quintas feiras…
Sim, há muito pouco a se falar dele.
Eu... tolero sua existência no geral...


Ambos pois adoro ambas as versões...
Mos Def tem a energia, Dixon tem o look

Ford Prefect.
Betlegeusiano. Um dos escritores do Guia. Busca diversão, entretenimento e prazeres. Não o julgue, sua espécie não tem conceitos de profundidade espiritual, moral ou… Bem, qualquer que seja. Eles são o que são.
Por bem ou mal.
Curiosamente, Ford é extremamente convincente, um ótimo argumentador. Ou melhor dizendo ele é um conman. Um trapaceiro. Falastrão.
Sempre ciente de onde sua toalha está.
Meu segundo favorito na série.
Ah, e sem o menor senso comum.


Porque eu prefiro a versão de Sam Rockwell

Zaphod Beeblebrox.
Presidente das Galáxias. Duas cabeças, três braços, nenhum cérebro. Primo de Ford. Egomaníaco. Insano. Curiosamente genial. Perpetuamente em estado alterado. Eleito sete vezes A mais mal-vestida criatura senciente no Universo conhecido, criador da Dinamite Pangalática (um drink cuja descrição é ter seu cérebro atingido por uma fatia de limão envolvida em uma enorme barra de ouro. Sonho de consumo.)
No filme, (o qual sou obrigado a admitir que gosto) ele é apresentado como um idiota.
Mas nos livros e no rádio... como dito, curiosamente genial e capaz de planos mirabolantes.
E imaturo, temperamental e extremamente impulsivo.
E demonicamente carismático.
Meu terceiro personagem favorito.

MARVIN!!

Marvin.
O androide paranoico e maniaco depressivo, apesar de não ser nenhuma dessas coisas.
Um dos seres mais inteligentes do universo.
O primeiro robô com personalidade.
E ele é simplesmente cansado da vida, o universo e tudo o mais.
E sim, é dai que vem o nome do álbum do Radiohead.
Sim. E ele é responsável por todas as tarefas braçais da série.
Meu personagem favorito.

Tricia Marie McMillan

Trillian.
Uma matematica e astrofisicista que Arthur tentou dar em cima em uma festa e que foi embora com Zaphod.
Como eu disse: carisma avassalador.
Trillian não é tão parte do grupo assim.
Não apenas por ela ser uma mulher no meio de uma festa de salsichas, mas pelo fato de que ela é inteligente. Realmente inteligente. E ambiciosa.
Ao longo dos livros ela se distancia do grupo, salva o universo e vira uma famosa repórter.
Convenhamos, você também não iria ficar ao lado dos outros aqui descritos, se tem o universo a sua disposição...
Não gosto dela no filme. Prefiro no livro, onde ela meio que se afasta deles por... ter coisa melhor pra fazer.
Ah, e o triangulo amoroso é exclusivo do filme.

Prefiro essa versão.
Por fim, Heart of Gold.
A nave que inicia tudo. 
Portando um motor de improbabilidade infinita, ela é a nave inicial que carrega essa gente toda pelo universo.

Por fim, existe um personagem importante sobre o qual não irei falar, não quero estragar a surpresa. Deixo apenas essa imagem.
Quem entendeu...

Penso seriamente em tatuar algo em homenagem a essa cena.

Não quero estragar a experiência de quem ainda não leu a série. 
Então se você não leu a série, recomendo parar por aqui e ler. Acredite, não é difícil sentar e ler a série toda em um único dia. Apenas pegue um… longo dia. 

Não vou me ater demais aos detalhes, afinal os livros podem ser resumidos rapidamente, se você ignorar todo o humor e piadas espalhadas.

A casa de Arthur está no caminho de uma rodovia, fato ao qual ele protesta contra. Ford o tira de la e o leva para um pub, onde o informa que a Terra, vai ser destruída. Ele é interrompido pelos vogons, que vieram concluir o serviço, afinal, a informação estava disponível em Alpha Centauro, e se eles não se interessam por assuntos de sua vizinhança, muito menos eles. A Terra é destruída, Arthur pega uma carona com Ford. Na nave dos vogons. Após serem torturados com poesia vogoniana, são arremessados no espaço e salvos por Zaphod e Trillian. Zaphod tem um plano! Mas ele não se recorda qual, apenas que tem que segui-lo. Seu cérebro teve uma parte cauterizada, que é de onde vêm as ideias para seguir com o plano. E foi ele mesmo que fez isso...

Eles chegam ao planeta Magrathea, um planeta lendário por construir outros planeta por encomenda. Todos, com exceção de Arthur e Marvin, entram para investigar, porém são nocauteados por um gás. Arthur, por outro lado, se encontra com Slartibartfast, um dos construtores de planetas. Ele explica a situação para Arthur. 

Ratos pagaram Magrathea para construírem a Terra, de acordo com os planos de outro computador, para descobrir qual a pergunta para a resposta sobre a vida, o universo e tudo o mais. A resposta é 42… mas ninguém sabe qual a pergunta. Ao invés de deixar a Terra calcular novamente a pergunta, os ratos pretendem extrair do cérebro de Arthur algo próximo a isso. O grupo foge, enfrenta a polícia sideral, mortos por Marvin devido à uma conversa com o computador da nave que regulava seus sistemas de sobrevivência. Os raros inventam algumas perguntas possíveis e, felizes de encontrar algo aceitável, ignoram Arthur e a humanidade como um todo. 

Por fim, o livro acaba com Zaphod informando Arthur que eles vão comer algo no restaurante no fim do universo. 

Sim. Acaba assim. 
Como eu disse, não há resolução, os problemas se resolvem sozinhos e não há nada que Arthur tenha ganho em sua jornada. 
Não é um final ruim. 
Ele define algo extremamente curioso: em um universo tão grande, tão extenso, o que realmente faz sentido? O que realmente importa? A resposta já é de conhecimento, apesar de não saberem a resposta, muito provavelmente não entendemos a pergunta também. 

O que importa é a jornada. 
E isso é o que faz esse livro ser tão bom. A jornada de Arthur Dent é extremamente interessante. Os vislumbres que o Guia nos dá, ainda mais. A pluralidade do universo fascina, sem deixar de nos surpreender. 
Tudo isso é de uma beleza inenarrável, um universo rico e fabuloso. 
E nos deixa esperando por mais. 
E ele nos dá mais na sequência. 

Então, até lá. 

See ya

22 de novembro de 2018

Reconhecimento de padrões - William Gibson (Trilogia Blue Ant Livro 1)




OK. Vamos ser diretos: eu gosto desse cara. Eu REALMENTE gosto dele. Ele é muito especial para mim. Neuromancer foi um livro importante pra minha formação. Eu amo cyberpunk. Especialmente no seu começo.
Gibson é incrível, um dos pioneiros do gênero. Alguns dizem O Pioneiro. 
Ele escreveu uma história magnífica na Trilogia do Sprawl. Mas ele não é um "one trick pony" (Bojack feelings, anyone?). Ele é um grande escritor, mesmo que quase sempre use o  mesmo padrão. 


Protagonista esquisito e um pouco alienado, com um passado complicado e habilidades estranhas e exóticas? Sim.

Cayce é uma mulher estilosa e inteligente com um medo patológico de marcas, brands, o que a dá o "superpoder" de saber se um novo logo vai ou não funcionar. Ela é viciada em pilates, customizar suas roupas e no geral uma mulher chique e avant-guard.

Diversos personagens secundários estranhos e excêntricos, vivendo à margem da sociedade e que terão um uso na história mais tarde? Óbvio.

Se existe algo que Gibson faz, e bem, é usar o princípio da arma de Chekhov. Todos e tudo que é mencionado tem relevância. Principalmente para o desenrolar do plot. Se ele apresenta um personagem estranho e exótico, tenha certeza de que ele será "usado" para avançar a história em algum momento. Logo no início, ele nos apresenta um grupo de especialistas excêntricos, que estão sempre aparecendo em seus livros. Temos o artista experimental esquisito, que conhece um mercador de curiosidades, que é conectado com um colecionador obsessivo de curtas com um passado misterioso.
Temos também o sombrio e meio maligno homem corporativo, dessa vez na forma de Hubertus Bigend, um gênio do marketing que está sempre tentando monetizar com as trends. E a porra da Dorothea. Deuses, ela é uma puta psicopata.... Ah sim, e eles todos vivem no mundo periférico underground, cheio desse monte de pessoas esquisitas. Muito Gibsoniano.


Isso é uma curta. Sim, elas existem.

Mistério bizarro que precisa do esforço conjunto dos personagens para ser resolvido? Sim.

Sim, dessa vez não é uma caixa cheia de bugigangas (sim... eu amo Mona Lisa Overdrive apesar disso) mas sim um pedaço de um filme estranho que simplesmente brotou em diversas partes da internet. Eles são coletados e discutidos em um fórum online de fãs. Cayce é contratada pelo meio maligno Hubertus para pesquisar e encontrar o criador. Fundos ilimitados estão disponíveis. Óbvio que ela aceita. Ele quer monetizar isso. Como? Vai saber... mas ela tem que agir como se fosse uma coisa Ruim, caso contrário, não seria um livro do Gibson.
E dessa vez, diferente de Mona Lisa Overdrive, faz sentido. A história do criador e como ele/a o cria é linda e tocante.



Um final meio apressado, que te deixa com a impressão de que em algum lugar, alguém estava exigindo que Gibson entregasse o livro no prazo, que ele empurrou pra além do aceitável pela editora? Infelizmente sim.
Até o momento em que ela se encontra com a Dorothea no lobby, tudo bem. O ritmo está ótimo, o modo como a história se desenrolou é ótimo, tudo parece muito bem! E então... pula para um tempo depois, sem muitas explicações sobre o que caralho aconteceu, e um último capítulo que tenta juntar todas as pontas soltas da história.
Dá até pra sentir que deveria ter um capítulo ali no meio, mas o prazo explodiu, o editor pegou o que tinha e falou "acabe com isso!" (Algo que, eu acredito, deveria ser feito com G. R. R. Martin. Aprendam algo com o editor de Douglas Adams! Botem o velho gordo dentro de um cofre e só o libertem quando ele acabar de escrever Winds of Winter, pelos deuses!)

Sim, é um livro do Gibson. E também, um bom livro. O modo como ele escreve e planeja seus livros é fantástico. Se você começar a procurar os mecanismos que ele geralmente usa, como já dito, você encontra todos eles em todos os livros dele. Mas mesmo assim... capaz de você gostar. Por que? O ritmo é rápido, os personagens interessantes, o modo como a história avança é inventivo e inteligente. Geralmente seus mistérios são tão estranhos, exóticos e diferentes de todo o resto que você tem que saber o que diabos é isso.
Por isso o considero um gênio: mesmo que você saiba para onde ele está indo, você aprecia a jornada. Mesmo que o final seja meio apressado, meio nas coxas, ou ruim mesmo (Count Zero por exemplo...) você ainda quer chegar lá.

William Gibson é um escritor que se deve sempre ler. Mesmo seus piores trabalhos tem algo de interessante e intrigante. Ele é um visionário. Ele praticamente previu como usamos a internet. E jamais se esqueça do quão interessante são seus personagens.
A coisa mais interessante que ele nos proporciona é que sempre tem um quê de ficção científica no seu trabalho.Mesmo nesse livro, que se passa ali após os eventos de 09/11, tem um gosto de sci-fi. Talvez seja a forma que ele escreve, o modo como ele enxerga a tecnologia, não sei. Não é ficção científica. Mas muitos, eu incluso, classifico como ficção científica.
E como um ávido fã de seu trabalho, vou fazer a review de toda a Trilogia Blue Ant.


Mas sejamos justos: eu não tenho grandes expectativas para o segundo livro. Até hoje, a grande maioria dos segundos livros de suas trilogias não me agradaram. Count Zero é bem interessante, mas o final é horrível. Minoru me deixou com um gosto estranho na boca.
Talvez esse seja o livro que mude minha perspectiva, mas não tenho grandes esperanças.

E acho que você também não deva às ter...

See ya.

12 de novembro de 2018

Adendo sobre o Guia Do mochileiro das galáxias

Olá!
Mais adendos.  
Incrível como isso está virando comum por aqui. 
Bem, eu iria fazer uma review do livro E tem outra coisa, em tese o último livro da série o Guia do mochileiro das galáxias.  
Mas... Surgiu um problema.

Sabe quando algo é ruim, mas tão ruim, que você não é capaz de explicar?  
Pois é.  
Esse livro é tão ruim, mas tão ruim, que senti a necessidade de explicar o porquê dele chegar  me ofender. 

Não é surpresa que sou um nerd.  
E essa série, não só é importante para a cultura nerd, como para mim. 
Em meu primeiro contato com essa série, eu literalmente sentei e li todos os livros de uma vez. 
Sério. 

Uma amiga estava de visita e estava com todos os volumes da série com ela. Eu peguei o primeiro para dar uma folheada. Me prendi na primeira página. Fui compelido a ler. A ler tudo. Acabei o primeiro, peguei o segundo e continuei.
E assim. Foi até ler o último.
A série é incrível.

O humor é incrível, mas que você sente que foi decaindo com o passar dos livros.O último, você sente até certo incômodo, como se Douglas Adams estivesse cansado.
E ele estava. 
A série começou como um programa de rádio. Eles foram compilados em fitas K7.
Daí viraram livros. 
E por fim, uma série de TV na BBC.

A verdade é que a série é uma baderna.
Não existe propriamente um canon, uma linha oficial do que ocorre.
Cada uma de suas existências é uma entidade separada.
Algumas melhores, algumas piores. Literalmente de acordo com o gosto do freguês.
Os livros são bons. Mas o rádio era melhor... a discussão é infinita.

Adams era um gênio, apesar de extremamente inseguro. Jamais acreditou muito em seu talento e sempre teve muitas dificuldades para sentar e escrever. Dizia que fazia qualquer coisa para não escrever. 
Para atingir seus prazos, seus editores fizeram de tudo, inclusive prendê-lo dentro de um cofre. Lição que os editores de George R. R. Martin deveriam aprender e utilizar.
Entre suas escarpadas para não escrever, escalou o Kilimanjaro fantasiado de rinoceronte, entre outras. Adams era um excelente exemplar de ser humano...

Enfim, para entender a magnitude do quão ruim esse último livro é, o quão ofensivo ele é para a memória de Douglas Adams, independente do que a família dele fale, eu preciso falar sobre todos os outros.

Para que vocês entendam o que foi manchado.

E é exatamente o que irei fazer.
Espero que entendam.

Os fãs, definitivamente entendem.


See ya